Sindijufe - MT

SINDIJUFE-MT participou de debate sobre conjuntura nacional da CSP-Conlutas

O Sindijufe-MT foi representado pelo seu Presidente, Walderson de Oliveira. O debate de Conjuntura Nacional realizado na manhã de sábado (25) na reunião da CSP-Conlutas reafirmou o acerto da realização da reunião da Coordenação Nacional virtual. Além do informe apresentado pelo representante da Secretaria Executiva Nacional Atnágoras Lopes, 53 inscrições aportaram sobre as realidades locais e permitiram melhor precisão na análise para traçar a política da Central.

A consigna central que já vem sendo implementada pela entidade foi reafirmada: 30 dias de quarentena, renda emprego para todos e Fora Bolsonaro e Mourão, já!

DESTAQUES

Em defesa da vida:
Quarenta Geral de 30 dias!
Emprego e Renda digna para todos!
Suspensão do Pagamento da dívida pública!
Fora Bolsonaro e Mourão, já!

Em meio a resistência, lutas e processos de mobilização contra os governos, há, hoje, várias tragédias sobre a cabeça dos(as) trabalhadores(as): a pandemia da Covid-19, o desemprego, desocupações de moradias, violência policial e aumento do genocídio do povo negro das periferias, violentos ataques a pequenos camponeses e povos indígenas e tradicionais, desmatamento e destruição do meio ambiente, retirada de direitos trabalhistas e uma onda de privatizações, como no caso da Petrobrás, por exemplo, que ferem duramente a soberania nacional.

De um lado, a crise da economia capitalista nos arrasta a todas e todos ao desespero, à fome e a miséria; Do outro, evidencia-se que esse modo de produção nos levou a crise sanitária provocada por um novo Coronavírus que, entre outras coisas, se explica pelos ataques constantes ao meio ambiente e a grande degradação do conjunto de ecossistemas interligados. Isso nos conduziu a essa terrível situação de mais de 14 milhões de infectados pela pandemia e mais de meio milhão de mortos em 188 países. E isso são números formais admitidos pelos governos burgueses. Na vida real essa tragédia pode já ter atingido sete vezes mais a humanidade, segundo alguns especialistas.

Em nosso país, o desmonte da legislação trabalhista e a precarização das relações de trabalho foram respondidas por setores da classe, como os entregadores de aplicativos, com mobilização e luta que superaram todas as dificuldades de organização dos mesmos e incidiram como importante expressão de reação de nossa classe; Contra o racismo e em defesa das liberdades democráticas ameaçadas por Bolsonaro, vimos surgir as  mobilizações do movimento “Vidas negras importam”, onde, alimentadas pela força dos processos dessa luta nos Estados Unidos, a partir do brutal assassinato de Floyd pela polícia, as torcidas organizadas e a juventude negra se puseram em atos contra o terrível aumento do genocídio da população negra;

Em meio ao avanço da pandemia, que já chega a 2 milhões de infectados e mais de 80 mil mortos no Brasil, Bolsonaro segue sua política criminosa determinando quem deve morrer ou não. Trata-se de uma forma de perpetuação do genocídio, histórica, contra a nossa classe e, mais duramente, contra a população negra e pobre da periférica, impondo à esses que morram de covid-19, de fome ou de bala. A letalidade do Coronavírus sobre a população indígena em nosso país já ultrapassou todos os casos registrados nos demais países da América do Sul, conforme denúncia feita pela APIB. Nesse contexto, defesa da vida de nossos povos originários e comunidades tradicionais, junto a nossa ação contra a política de desmatamento da Amazônia e contra a privatização da água precisa ser colocada no topo de nossas bandeiras e lutas políticas.

Outra parcela da população alvo do governo Bolsonaro é a de idosos(as) que, além de ataques constantes ao benefícios previdenciários, ainda são vítimas de repugnantes declarações públicas às quais não podemos deixar de expressar todo nosso repúdio.

O desemprego cresce e, contra a esse duríssimo fato, também surgem lutas importantes como é o caso dos trabalhadores e trabalhadoras da Renault que estão em greve, nesse momento, contra o anuncio de 750 demissões na planta localizada no Paraná. Isso num momento em que mais da metade da força de trabalho está fora do mercado e o governo ainda quer reduzir ou extinguir o auxílio emergencial de R$ 600 à maioria daqui a dois meses, quando o que se deveria fazer, para salvar as vidas, seria decretar uma quarentena geral de 30 dias; Com garantia de emprego e renda, de pelo menos dois salários mínimos, para cada família brasileira que necessite.

O pequeno proprietário ou comerciante também está arrochado sem poder pagar aluguel e outros despesas de seu pequeno negócio. A suposta ajuda do governo não chega. São muitos aqueles que já vivem em completo desespero, pois percebem que logo engrossarão o exército de desempregados após a falência. Nesse sentido nossa central deve manter-se na defesa de apoio a setor, contra a subserviência e derrame de trilhões que o governo faz aos grandes empresários e bancos.

No marco do aprofundamento dessa crise econômica, que no Brasil e no mundo revelam a falência do sistema capitalista como forma sociedade, e o avanço do número de contaminação e mortes pelo Coronavírus ainda temos de conviver com as mentiras dos governos, agora de Bolsonaro, Governadores e prefeitos e de parte da imprensa empresarial dizendo que a pandemia no país está entrando em fase de controle estável ou atingindo seu “famoso platô”. O fato é que, em nosso país, não há se quer testes à população o que faz explodir a subnotificação e esconder o tamanho da tragédia sobre a vida de nossa classe, especialmente a parcela mais pobre e negra das periferias. Além disso, Bolsonaro transformou em caserna o Ministério da Saúde e deu aos militares a tarefa de desmontar o SUS.

Bolsonaro, ameaçado de impedimento, se agarra ao “centrão”, no Congresso Nacional, mostrando que ser tão corrupto como os demais governos anteriores. Isso, também, se evidenciou na interferência junto a polícia federal que tem desdobramentos concretos no caso da morte de Marielle Franco, assim como na relação dos “laranjas” protagonizadas por Queiroz e Flávio Bolsonaro. Por outro lado, para evitar sua queda, Bolsonaro, agora se pinta, para a classe dominante, como um capitão de “paz e amor”. Com tudo isso, apesar de manter uma base, em queda, de popularidade, fato é que o governo está estagnado em crises, apesar de, agora, está contando, anda mais, com o presidente da Câmara Federal dos Deputados, Rodrigo Maia, para segurar os 51 pedidos de impedimento.

A situação do conjunto da classe operária e trabalhadora não pode seguir entre o adoecimento pela Covid-19 e flagelo do desemprego. Está na hora de uma mobilização de toda a classe para colocar fora Bolsonaro e Mourão. Por isso Fortalecer a campanha unificada pelo Fora Bolsonaro, se trata de uma necessidade a qual devemos seguir impulsionando.

Nossa Central, corretamente fez importantes ações nesses dias, como assembleias, atrasos, atos, carreatas e mobilização em vários bairros e ocupações urbanas, por exemplo. Apesar do nosso vitorioso empenho, isso não foi capaz de reverter o signo do dia 10, tendo em vista que as principais direções do movimento tiveram uma postura imobilista. Essa política, das direções tradicionais do movimento, acaba contribuindo para que os governos e patrões apliquem todo tipo de ataques aos direitos e conquistas dos trabalhadores e para que não se desenvolva uma luta efetiva e mais ampla de nossa classe, ainda que consideremos todas as excepcionalidades impostas pela pandemia. Essa situação pode e deve ser revertida para os próximos processo de luta, como o 2º dia nacional de mobilização, já convocado pela Frente Fora Bolsonaro, chamado para o próximo dia 7 de agosto.

Surgem manifestações, greves e paralisações. É hora de fortalecer o dia 7 de agosto como dia Nacional de luta pelo Fora Bolsonaro!

Apesar da gravidade da pandemia, temos observado e até apoiado a ocorrência de alguns processos de lutas efetivos. Os ataques estão movendo um setor da classe trabalhadora e dos setores populares à luta e, agora, operário, como vemos na Greve metalúrgica da Renault do Paraná contra a demissão de 747 empregados e mesmo de parcela das trabalhadoras e trabalhadores da saúde no Rio de Janeiro. Esses processos, ainda que atomizados, são muito importantes e devemos nos colar de maneira efetiva em apoio aos mesmos.

Mês passado vimos os atos, de vanguarda, antifascistas e antirracistas nas ruas do país por dois domingos. Iniciamos julho com o “breque dos apps”, que foi um processo nacional de uma categoria que levantou a cabeça, inclusive está mobilizada de novo, por melhor remuneração e direitos em meio a essa pandemia. Além desse processo, vemos que em diversos hospitais os trabalhadores da saúde seguem lutando por condições de trabalho; Nos correios trabalhadores paralisam unidades exigindo condições sanitárias; Em frigoríficos da região sul ocorre processos semelhantes; Em BH foram os metroviários se mobilizaram; No Rio, merendeiras e porteiros foram a luta em defesa do pagamento de seus salários após um calote da prefeitura de Crivela; Em Belém operários, também pararam por atroz nos salários; Nas periferias de todo país moradores organizam protestos denunciando a violência policial; Como dissemos, são atos atomizados, porém, muito importantes, pois revelam a disposição de luta do conjunto de nossa classe, apesar dos ataques, da crise econômica e das excepcionalidades impostas pela pandemia.

As lutas dos trabalhadores no Brasil têm obtido vitórias importantes, mesmo que parciais como os operários químicos que conseguiram testagem em massa em empresas e a não redução de salários e direitos. Os metroviários de SP, correios, petroleiros, metalúrgicos que lutam impedindo o processo de privatização desses órgãos; a educação que derrotou o Bolsonaro na manutenção do Fundeb, adiou o Enem e têm impedido o retorno das aulas em vários estados e municípios; a saúde que têm lutado por EPIs e contra a morte em massa dos trabalhadores. E agora, a luta dos entregadores que se mobilizam nacionalmente contra o ajuste fiscal de Bolsonaro e dos patrões. Enfim, são demonstrações de que as lutas são uma necessidade para defender direitos e a vida. A jornada de lutas de 10, 11 e 12 de julho foi o primeiro passo para consolidar a unidade dessa luta. Ela foi importante mas esteve aquém do que poderia. Isso foi assim porque, infelizmente a cúpula dirigente de grandes organizações, como CUT, CTB, Força Sindical e de outros setores do movimento, apesar de assinarem as iniciativas dessa ação, não se lançaram ao processo; Na prática não mobilizaram quase nada nesses dias.

Destaque-se que, trabalhadores de aplicativo, Mulheres Negras (latino-americanas e Caribenhas) e setores camponeses marcam esse dia 25, em plena data de nossa coordenação, com atos, protestos e mobilizações, enquanto, no metrô de São Paulo, os trabalhadores e trabalhadoras seguem sua mobilização e apontam para uma possibilidade de greve no dia 28, agora,  contra um corte brutal nos direitos da categoria; Devemos fortalecer todas iniciativas que surjam e colocá-las à serviço da campanha pelo “Fora Bolsonaro e Mourão, Já”, dando-lhes o caráter de impulsionadoras do dia nacional de mobilização pelo Fora Bolsonaro, convocado para o dia 7 de agosto.

No país inteiro trabalhadores trabalhadoras da Educação básica apontam greve contra às ameaças dos governadores de impor a volta presencial das aulas, atitude, essa, reprovada por quase 80% da população, segundo pesquisas. Por falar em Educação básica, cabe-nos destacar a derrota de Bolsonaro com tema da aprovação do FUNDEB, na Câmara dos Deputados, que agora segue ao Senado e devemos serrar fileiras pela concretização de sua manutenção.

Nosso desafio é colocar em movimento um processo de mobilização em defesa da vida, dos empregos, dos salários, da renda, manutenção dos direitos e salários dos que estão empregados e no serviço público e privado, dos direitos, das liberdades democráticas, de luta contra o machismo, o racismo, a lgbtfobia e a violência e o genocídio policial; E, também, em defesa do Meio ambiente, da Amazônia, de nossos povos indígenas e tradicionais, camponeses pobres, nossa juventude, idosos, enfim, defender e dar mais forças à um movimento de resistência e enfrentamento de nossa classe contra esse governo genocida de ultradireita.

Enfatizamos, mais uma vez, que, Respeitada a autonomia de cada organização ou movimento, no desenvolvimento dessas lutas objetivas e busca da mais ampla unidade de ação para botar pra Fora Bolsonaro e Mourão, nossa Central, não se confundirá com aqueles que se movem na defesa de frentes eleitorais de conciliação de classes, como saída para nossa classe; Ainda que, quando se impõe na realidade a ocorrência de eleições burguesas, seja legítima e autônoma a decisão das organizações políticas de nossa classe de intervir nesse processo, seja com lançamento de candidaturas, seja em não fazê-lo e optar por denunciar mais enfaticamente as ilusões e podridão desse regime, para nossa Central o importante é reafirmar que a luta direta está no posto de mando e nossa ação estará combinada com a defesa da estratégia de derrubada desse sistema capitalista e pela necessidade de construção de uma sociedade socialista controlada pelo método da democracia operária na forma de conselhos populares ou mecanismos semelhantes. É nesse marcos que, mais uma vez, a CSP-Conlutas deve se colocar à frente dessas mobilizações e exigir das demais centrais, confederações, federações, sindicatos e demais organizações e direções dos movimentos sociais que construam, de fato, um importante dia de luta no dia 7 de agosto. O dia 07 não existirá, como necessitamos, se a cúpula das maiores centrais não construírem essa data vinculando-a às lutas dos metroviários, dos correios, dos metalúrgicos e demais categorias que lutam por direitos, empregos, salários e vida.

Considerando que nos está imposto, pelos governos e patrões, uma linha de “liberou geral”, obrigando à exposição cada vez mais ampla de nossa classe a contaminação e à morte pelo Coronavírus. É por isso que insistimos na defesa de uma “Quarentena Geral de 30 dias” e a essa luta devemos, inclusive, pensar em ações e manifestações simbólicas e concretas contra manutenção da abertura da indústria, do comércio ou escolas, bem como trazermos à pauta a necessidade da discussão da construção de uma greve geral.

DA CSP-CONLUTAS

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