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Que a injustiça não me seja indiferente

Estátua da Justiça, na porta do Supremo Tribunal Federal (STF) [Fotografo]Supremo Tribunal Federal via Flickr[/fotografo]

Supremo Tribunal Federal via Flickr

Jota Darques *

Mais uma vez. Em uma república de bananas, novamente o Judiciário precisa agir para proteger o direito do povo à democracia.

Direito que vai, cabe lembrar, do sangue de jovens, estudantes, artistas, que morreram ou foram expatriados, tentando avisar que o Brasil era nosso, não deles.

Que, mesmo “malandros”, sem estudo, mortos de fome, muitos trazidos à força, por uma história de escravidão, continuávamos sábios, como éramos na Mãe África.

Novamente, o único poder que não devia legislar ou governar precisa fazê-lo, para que se garanta o direito de se existir livremente no país.

Pessoas corajosas e competentes, segurando a barra mais uma vez no Brasil.

O único poder não eleito pelo povo.

Mas que remete à educação e ao mérito.

Pessoas com história de luta e decisão, conhecimento e formação. Corpos idosos e frágeis, seguram o peso de uma nação – que de nada entende sobre o seu papel e função – e que berra, aos gritos ousados e silêncios tenebrosos, o fim do STF.

Esses mesmos que arriscam o pescoço, diariamente, para garantir a democracia.

Enquanto isso, legisladores se sentam em projeto e cedem aos pesos das pressões de serem reeleitos e de se manterem no poder. Poder que sequer pode vir a existir, se não houver democracia.

Assistem a tudo parados. Medrosos de que percam suas bases investidoras e os benefícios de empresas nas próximas eleições.

Nesse momento só me remeto a Beth carvalho, que cantava com Mercedes Sosa:

“Eu só peço a Deus

Que a injustiça não me seja indiferente

Pois não posso dar a outra face

Se já fui machucado brutalmente

Eu só peço a Deus

Que a guerra não me seja indiferente

É um monstro grande e pisa forte

Toda a pobre inocência dessa gente

É um monstro grande e pisa forte

Toda a pobre inocência dessa gente

Eu só peço a Deus

Que a mentira não me seja indiferente

Se um só traidor tem mais poder que um povo

Que este povo não esqueça facilmente

Eu só peço a Deus

Que o futuro não me seja indiferente

Sem ter que fugir desenganado

Pra viver numa cultura diferente”

A história já foi escrita uma vez, e nos chama a repensar e reavaliar tudo.

E no fundo da história mora a educação, que por muitos e desvalorizada, mas que enfim fez a diferença. Os ministros, em si, símbolos juristas do fruto de um poder formado e baseado na educação (e ainda no concurso público), entram para a história, não por exercerem seu papel, mas por entenderem que a democracia é fluida e pode exigir mais de você, qualquer seja sua posição.

Reflita, quando quem governa não governa para o povo, quando quem legisla não se preocupa em legislar para o povo, a quem nós iremos recorrer?

Novas imagens de “salvadores da pátria”?

Quem será esse novo Estadista a pensar no país?

Por enquanto sobram juízes, jornalistas e artistas tentando salvar o país.

Enfim, mais um 7 de setembro em que lutamos por Independência.

Acorda, Brasil.

* Jota Darques é médico em Brasília e analista político.

O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para redacao@congressoemfoco.com.br.

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