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Por 6 x 0, STF considera que orçamento secreto é inconstitucional

 

O maior e mais milionário instrumento de barganha do governo Jair Bolsonaro acaba de ser considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes também votou com a relatora, Rosa Weber, no sentido de suspender a liberação das emendas RP9, de relator, que compõem o chamado Orçamento secreto. Por seis votos a zero, está formada, então, a maioria contra o instrumento, que tinha utilizado no primeiro turno da votação da PEC dos Precatórios pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para obter votos favoráveis.

Para Rosa Weber, acompanhada pelos cinco outros ministros que votaram, o orçamento secreto é inconstitucional, porque fere os princípios da transparência e da impessoalidade. As emendas RP9 são classificadas como emendas de relator, mas, na verdade, são negociadas com os demais parlamentares, e essa destinação final não se torna pública. Segundo o que se diz na Câmara, quem hoje de fato controla a planilha dessa destinação é Arthur Lira.

Levantamentos feitos no primeiro turno da PEC dos Precatórios indicam que podem ter sido liberados de R$ 900 milhões a R$ 1,2 bilhão para convencer deputados a votar a favor do governo. A decisão do STF agora suspendendo a possibilidade desse instrumento de barganha acontece bem no meio da votação do segundo turno da PEC na Câmara. No momento, estão sendo votados destaques e, na sequência, os deputados votarão o texto em segundo turno.

Além de Rosa Weber e Alexandre de Moraes, também votaram pela derrubada do orçamento secreto os ministros Ricardo Lewandowski, Luis Roberto Barroso, Edson Fachin e Cármen Lúcia. O julgamento, que ocorre no plenário virtual, só deverá ser concluído nesta quarta-feira. Faltam os votos de quatro ministros. Número, porém, que não é capaz de mudar o resultado, a não ser que haja mudança entre os seis que já votaram.

AUTORIA

Rudolfo Lago

RUDOLFO LAGO Diretor de Congresso em Foco Análise. Formado pela UnB, passou pelas principais redações do país. Responsável por furos como o dos anões do orçamento e o que levou à cassação de Luiz Estevão. Ganhador do Prêmio Esso.

rudolfo@congressoemfoco.com.br

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