Vithoria Sampaio
Diagnóstico de autismo do filho caçula deu uma reviravolta na vida da psicopedagoga Rosane da Mata, 44, que, por amor ao filho, deixou a profissão de lado e se especializou em Transtorno do Espectro Autista (TEA). Atualmente, além de acompanhar o filho, ela se tornou ativista e palestrante do assunto.
Rosane, que já era mãe de Pedro Henrique, começou a se sentir mal após episódios recorrentes de alergia. Durante a ida ao hospital, ela descobriu estava grávida de 24 semanas. Em 2016, a mãe vivia uma rotina exaustiva de trabalho.
Em entrevista ao
, ela explicou que nesse período seu corpo não sofreu alteração devido à um diagnóstico de menopausa precoce.“Tive muita preocupação e angustia por conta da gravidez um pouco tardia. Porém, dei inicio ao pré-natal onde tomei todos os cuidados e segui orientações médicas. O parto transcorreu dentro da normalidade, com 36 semanas, e Guilherme nasceu perfeito e saudável”, pontuou.
Aos dois anos, Guilherme passou a apresentar sinais de uma criança atípica. Contudo, devido à pandemia e os atrasos nas consultas, o diagnóstico e o laudo com a confirmação do Transtorno do Espectro Autista veio apenas aos 3 anos.
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Rosane e Guilherme
“No começo não foi fácil receber o diagnóstico de autismo, porque na maternidade atípica é comum falarmos nas fases de choque, luto ao receber a notícia sobre um comprometimento físico ou cognitivo, a maternidade atípica implica, sim, em desafios específicos, mas imputar nisso automaticamente com a ideia de fardo, pena, resignação são atitudes preconceituosas e capacitativas”, explicou.
Com o apoio do esposo, Rosane decidiu que deixaria seu trabalho de lado para se dedicar exclusivamente ao tratamento do filho com intervenções multidisciplinares. Sem muito conhecimento sobre o tema, ela procurou ajuda de profissionais e se especializou na área de autismo.
Diante de seus aperfeiçoamentos sobre o tema, a psicopedagoga se tornou palestrante e ativista. Atualmente, além de ajudar seu filho, ela dá apoio a outras crianças e suas famílias.
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“Venho ajudando muitas mães que, como eu, lutam para cuidar dos seus filhos com TEA. Acolho problemas individuais onde relatam as dificuldades mais íntimas que passam com seus filhos, que vão desde os impactos do diagnóstico a problemas conjugais e financeiros. Procuro suavizar, durante as conversas, as ansiedades e trazer um pouco de esperança e dar confiança para essas mães”, disse.
O autismo é uma doença que não tem cura, mas, se tratada da forma correta, os prejuízos causados no neurodesenvolvimento podem ser amenizados. Rosane pontua que é uma construção que deve ser feita com dedicação e amor.
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