Ao todo, sete empresas públicas saíram de programa de desestatização, EBC entre elas. Outras três foram retiradas de programas de parcerias privadas
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Alvo cobiçado por grandes empresas de logística, Correios será mantida pública e receberá investimentos para modernização, em vez de sucateada
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São Paulo – O presidente Lula (PT) excluiu os Correios e mais seis estatais do Programa Nacional de Desestatização. Outras 3 companhias foram retiradas do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A medida foi anunciada em edição extra do Diário Oficial da União nesta quinta-feira (6), e responde a recomendação do Conselho de Programa de Parcerias e Investimentos.
Em nota, o Ministério das Comunicações informou que o objetivo do governo é “reforçar o papel destas empresas na oferta de cidadania e ampliar ainda mais os investimentos”.
As sete empresas que saem do programa de privatização do governo são:
- ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos);
- EBC (Empresa Brasil de Comunicação);
- Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência);
- Nuclep (Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A.);
- Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados);
- ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A.);
- Ceitec (Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A.).
Por sua vez, as que não integram mais o programa de parcerias são:
- Conab (Armazéns e imóveis de domínio da Companhia Nacional de
- Abastecimento);
- PPSA (Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. – PréSal Petróleo S.A.) e;
- Telebras (Telecomunicações Brasileiras S.A.).
Correios, estatais e crescimento
A privatização dos Correios foi uma das principais pautas do governo Jair Bolsonaro (PL), ao lado do seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Em fevereiro de 2021, o ex-presidente enviou ao Congresso a proposta de modelo de privatização que previa a venda de 100% da estatal.
À época, a previsão era que o leilão para concretizar a venda ocorreria no primeiro semestre de 2022. No entanto, a privatização dos Correios travou no Senado, após ser aprovada pela Câmara.
Em toda a campanha eleitoral, Lula afirmou ser contra as privatizações do patrimônio empresarial do país e defendeu o uso de estatais para indução do crescimento econômico.
Na mira da privatização, Eletrobras, Correios e Caixa deram lucro de R$ 21 bilhões em 2020
Já no dia da posse do cargo presidencial, em 1º de janeiro, ele assinou decreto determinando a revogação de processos de privatização de oito estatais, incluindo a Petrobras e os Correios.
Até o fechamento desta matéria, as representações dos trabalhadores dos Correios não haviam se manifestado sobre a decisão do governo de retirar a empresa do programa de privatizações.
RBA