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Empregados param por 24 horas e mandam recado contra abertura de capital na Caixa Seguridade

Mobilização foi motivada principalmente pela abertura de capital da Caixa Seguridade marcada para a próxima quinta-feira

Por André Rossi

Bancários reivindicam, ainda, contratação de aprovados em 2014, maior proteção contra a covid-19 e pagamento integral da PLR Social

São Paulo – A paralisação na Caixa Econômica Federal promovida pelos bancários travou o atendimento em agências nesta terça-feira (27). O protesto de 24 horas foi motivado principalmente pela abertura de capital da Caixa Seguridade, marcada para quinta (29). Os trabalhadores reivindicam, ainda, contratação dos aprovados no concurso de 2014, mais proteção contra a covid-19 e pagamento integral da chamada PLR Social. “O Dia do Basta foi um sucesso. O nosso recado foi dado e ouvido por todos. Basta do desmonte da Caixa, da falta de empregados, da precarização na proteção contra a Covid-19, da falta de vacinas, do assédio moral, do desrespeito ao negociado, à jornada e da sobrecarga de trabalho, entre tantas práticas da Caixa que desrespeitam dos trabalhadores”, declarou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Na véspera, a direção do banco ingressou com pedido de tutela cautelar alegando que a mobilização seria abusiva, com cunho político e ideológico. No entanto, o juiz do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Maurício José Godinho indeferiu o pedido e determinou que apenas os serviços de compensação bancária e pagamento do auxílio emergencial deveriam ser realizados, garantindo o direito de greve de 40% dos trabalhadores.

Repercussão

Balanço divulgado pelo sindicato de São Paulo, Osasco e região, que representa 25% da base nacional, aponta adesão média de 40% à mobilização de hoje. A CNN Brasil atestou a abrangência da paralisação. A emissora publicou nota afirmando ter tentado entrar em contato com ao menos 10 agências sem conseguir falar com nenhuma. Eles contataram unidades nas cidades paulistas de São Paulo, Osasco, Taboão da Serra e da região do ABC.

A paralisação na Caixa repercutiu no Congresso, com declarações públicas de apoio dos deputados federais Erika Kokay (PT-DF) e Waldenor Pereira (PT-BA), por exemplo. “Todo apoio aos bancários e bancárias da Caixa que amanheceram em greve por vacina, mais contratações e contra a privatização do banco que é patrimônio do Brasil e do povo brasileiro. Não toquem na Caixa”, escreveu a deputada brasiliense.

Privatização e descapitalização

De acordo com a categoria, a abertura de capital na seguridade, que responde por 45% do lucro do banco, significa o primeiro passo para a privatização e também vai causar descapitalização da ordem de um terço da estatal. Além disso grande parte do valor arrecadado será usado para antecipar a devolução dos chamados Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD). “Estes recursos não têm prazo para devolução, mas o presidente do banco já anunciou que vai devolver aproximadamente R$ 35 bilhões em onze anos”, explicam, em artigo conjunto, Juvadia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, e Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae).

Rede Brasil Atual

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