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Associação Médica Brasileira pede banimento de ‘kit covid’ e pede isolamento

Entidade divulgou um boletim extraordinário para cobrar ações diante da situação de colapso na Saúde. Brasil se aproxima de 300 mil mortos pela covid

Por Redação RBA

Publicado 23/03/2021 – 16h12

Marcelo Seabra/Ag.Pará

“Faltam medicamentos para intubação de pacientes acometidos pela covid-19, não existe um calendário consistente de vacinação, não há leitos de UTI”

São Paulo – A Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou hoje (23) boletim extraordinário sobre a situação da covid-19 no Brasil. O documento faz uma série de recomendações às instância do poder público do país, com destaque para medidas protetivas de isolamento social. Para a AMB, que reúne 27 associações médicas estaduais e 396 regionais, reduzir a circulação de pessoas “segue sendo imperioso para conter a propagação viral”.

O documento destaca que o país vive o pior momento da pandemia desde o início, em março de 2020. O cenário é de aumento exponencial de casos e mortos. Hoje, mortes diárias no Brasil representam 25% dos registros mundiais; uma a cada quatro vítimas estão no país. Desde o dia 9 de março, o Brasil é o epicentro mundial da covid-19. A ampla circulação do vírus coloca, inclusive, todo o mundo em alerta.

“Ainda nesta semana atingiremos outra triste marca: chegaremos a 300 mil mortes, com a agravante de atravessarmos um quadro de curva ascendente”, afirma o boletim, assinado por 16 entidades médicas nacionais de diferentes especialidades. “Faltam medicamentos para intubação de pacientes acometidos pela covid-19, não existe um calendário consistente de vacinação, não há leitos de UTI”, completa a AMB, ao relatar a situação de colapso no sistema de Saúde observado por todo o país.

Bolsonaro e o caos

Além de criticar a ausência de um programa de imunização eficiente, que deveria ser de responsabilidade do governo de Jair Bolsonaro, a entidade também faz outras críticas indiretas ao presidente. “Fake news desorientam pacientes. Médicos e profissionais de saúde, exaustos, já são em número insuficiente em diversas regiões do país”, afirma o documento.

Bolsonaro e sua base de apoiadores seguem, durante toda a pandemia, negando a ciência. Partiram do Planalto ações que minimizaram a doença, taxada de “gripezinha”, que ridicularizaram o uso de máscaras, que promoveram aglomerações e questionaram a segurança de vacinas, através de mentiras. Dentro deste contexto, também partiu de Bolsonaro a defesa incansável de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19, como a cloroquina e a ivermectina. Hoje, médicos apontam, inclusive, para mortes relacionadas ao abuso das substâncias que contaram com Bolsonaro como garoto propaganda.

Diante disso, a AMB reafirma a ineficácia dos medicamentos, conhecidos como “kit covid”. “Reafirmamos que, infelizmente, medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da Covid-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida.”

Ações urgentes

O boletim da AMB elenca uma série de ações urgentes para que a tragédia seja reduzida. “O Brasil deve vacinar com celeridade todos os cidadãos. Vacinação em massa é a medida ideal para controlar a velocidade de propagação do vírus; O isolamento social, com menor circulação possível de pessoas segue imperioso; Todos, sem exceção, temos que seguir à risca medidas preventivas como uso correto de máscaras, distanciamento social, evitar aglomerações, manter o ambiente ventilado e higienizado; São urgentes esforços políticos, diplomáticos e a utilização de normativas de excepcionalidade para solucionar a falta de medicamentos, em especial relacionados às intubações”, afirma. A entidade reforça a necessidade de mais medicamentos adequados, já que “na ausência destes, não é possível oferecer atendimento adequado para salvar vidas”.

Rede Brasil Atual

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