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40% dos pacientes com covid-19 em UTIs vão a óbito em Mato Grosso

 

Secretário diz que plano de saúde não garante leito: menos abastados não pegam jatinho para o Sírio-Libanês

Da Redação – Isabela Mercuri

15 Jul 2020 – 17:07

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Secretário diz que plano de saúde não garante leito: menos abastados não pegam jatinho para o Sírio-Libanês

Diante do colapso no sistema de saúde, até mesmo quem tem um bom plano pode ficar à deriva se precisar de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). É o que afirma o secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo. Segundo ele, há “muita sede pra pouca água”, e os menos abastados sofrem mais, já que “não conseguem, pegar um jatinho e ir para o Sírio Libanês e para o Einstein”.

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A ocupação nos leitos de UTI do Sistema Único de Saúde de Mato Grosso, até o final da tarde de terça-feira (14), era de 93,1%, com apenas 19 unidades disponíveis. O número, no entanto, não significa que estes leitos estavam abertos, como explicou o secretario. “Não significa dizer que não tem um paciente a caminho deste leito. Ele pode estar vindo do interior, por isso aparecem leitos no boletim, mas muitas vezes ele está reservado”, afirmou. Além disso, Gilberto explicou que uma porcentagem dos leitos deve ficar reservada para os pacientes que estão na enfermaria e sofrem piora em seu quadro de saúde.

“Nem o plano de saúde aqui esta conseguindo suprir a demanda existente, porque a rede assistencial de saúde, seja publica ou privada, é insuficiente pro tamanho dessa demanda”, lamentou. “Não existem profissionais em abundância, equipamentos em abundância, é por isso que colapsa. É isso que a população tem que entender. Até você que tem um bom plano de saúde corre risco de não ter um leito se precisar. É muita sede pra pouca água”.

Gilberto afirmou que muitas destas pessoas que tem plano, até mesmo prefeitos, lhe mandam mensagens diariamente pedindo que ele interfira e consiga uma vaga no SUS, o que ele nega. “A Covid não esta escolhendo a cor dos olhos, mas quem é menos abastado sofre mais, porque não consegue pegar um jatinho e ir para o Sírio Libanês, pro Einstein”, disparou.

Segundo o secretário, aproximadamente 25% dos pacientes que vão para leitos de UTI ficam em torno de 15 dias internados, e 40% deles vai a óbito. Por este motivo, a principal arma contra a pandemia continua sendo o isolamento social.

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